quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Pedofobia no Brasil

Não chequei se o artigo abaixo é do Cristóvam Buarque, mas deve ser pois é um dos homens comprometidos neste país. Enquanto a gente se preocupar somente com o nosso umbigo , somos cúmplices do que está aí imperando. O que é de nossa indignação? De que vale esse projetinho nosso de ter o que o mundo te induz? Essa magia infantil, essa pureza que tanto é bela, vai-se jogando fora, derrotada pelo egoísmo que nos faz menor. Pense em quantos se importam de verdade_Esses são os nossos verdadeiros parceiros. "Ousar lutar...Ousar Vencer!"
PEDOFOBIA NO BRASIL


A CPI da pedofilia horrorizou o Brasil com as denúncias que fez sobre a maldita prática de criminosos contra nossas crianças. Descobrimos que ela é mais comum do que se imaginava, e é muitas vezes cometida por insuspeitos senhores. O nome dessa bestialidade deveria ser pedofobia, que segundo o dicionário significa sentir aversão a crianças. No caso do Brasil, a pedofobia é uma prática muito mais generalizada. A prostituição infantil é uma forma extrema de pedofobia. Mas há décadas, é tratada como um mal tolerável, como se fosse menos grave prostituir uma criança ou uma adolescente do que utilizá-las nas práticas da pedofilia. Abandonar crianças nas ruas também é uma forma de pedofobia. E no Brasil, essa prática é aceita com normalidade. Como se fosse uma coisa comum deixar milhões de meninos e meninas sujeitos à brutalidade do abandono. Os pais abandonam suas crianças por impossibilidade de mantê-las, mas os governos, que não criam mecanismos de proteção às crianças, são pedófobos. Amam a economia e as obras, não as crianças. E nós, que assistimos ao abandono, sem um pingo de revolta, somos pedófobos também. Deixar crianças sem brinquedos, condenadas ao trabalho quando deveriam brincar, assassinadas, espancadas, esquecidas, abandonadas são formas de pedofobia com as quais a sociedade convive, tolera sem se dar conta, sem se horrorizar, salvo em alguns casos em que a violência chega a brutalidades de violência sexual. Condenar crianças a um futuro excluído das vantagens da sociedade, cortar pela raiz seus talentos, por falta de escolas ou de escolaridade completa e de qualidade, também é pedofobia.Não pagar bem aos professores e em troca tolerar que eles não se preparem bem, não se dediquem, que façam greves deixando para as crianças a perda de um tempo irrecuperável, é uma forma de pedofobia que a sociedade brasileira comete, por ação de alguns e omissão de muitos. Nós todos praticamos essa pedofobia quando sabemos que a cada minuto 60 crianças abandonam a escola, e que as que ficam até o final do ensino médio recebem uma formação pobre. Perguntar quanto custa mudar essa realidade, aceitando que haja dinheiro para todo o resto, menos para as crianças e suas escolas, é uma forma de pedofobia bastante disseminada na sociedade brasileira. A mesma sociedade que se horroriza com a maldade da pedofilia. Cercar as escolas boas para uns poucos, deixando milhões do lado de fora; cercar os hospitais de qualidade, deixando crianças doentes no lado de fora; cercar os supermercados, deixando de fora crianças com fome, são práticas pedófobas, que muitos de nós nem sequer percebemos. O pedófilo rouba o futuro de crianças marcando-as para sempre com a violência sexual. Mas os pedófobos também roubam esse futuro, quando deixam as crianças condenadas ao analfabetismo, marcando-as definitivamente. A violência da omissão e da tolerância contra os crimes cometidos contra as crianças é um comportamento pedófobo. E ficamos aliviados quando alguns pedófilos são presos. A culpa nos monstros da pedofilia não deve esconder a responsabilidade de todos os praticantes de outras formas de pedofobia. Por isso, a resposta é sempre a mesma: não é minha culpa, não há dinheiro, não é possível. Mentiras de pedófobo. Sim, há recursos e a culpa é de cada um de nós que escolhemos dirigentes sem sensibilidade, com espírito pedófobo, que encontram dinheiro para tudo, menos para fazer o que propunha a senadora Heloisa Helena: "adotemos uma geração de pequenos brasileiros, só uma, dando-lhe tudo de que eles precisam". Pois se o fizermos, o resto eles farão quando adultos, sem os traumas deixados por pedófilos ou pedófobos que, por meios diferentes, provocam os mesmo resultados: crianças dilaceradas, adultos angustiados. Um presente vergonhoso, o futuro comprometido.A pedofilia é uma perversão brutal que ocorre em muitos países do mundo. Mas tristemente temos de reconhecer que raros países apresentam o grau de pedofobia que se percebe no Brasil.

Cristovam BuarqueSenador

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Pelas Horas Findas dos Teus Trinta Anos

À Maria Fernanda , pelo seu aniversário, pois muitos não leram o poema.
Segue no mar, a garrafa a denunciar nosso amor, com o poema abaixo:


Pelas Horas Findas dos Teus Trinta Anos.

Durma a última meia hora dos teus trinta anos
Para que tu sonhes com a felicidade que se busca,
Essa quimera insana e fugidia,
E que amanha será saudade deste efêmero
Que perdemos na ânsia do inatingível_
Venda dos olhos, pálidos.

A clarividência se queima na palha razão
E os trens ainda dormitam doidos
Brindo o ultimo gole
Com um verso de quase durmo

O amor que escuto longe
Na concha daquele vento, abriga
Parte poesia navegante!
Por oceanos que se fez na mágoa ,
De um instante ao me deixar sozinho.

E vagueia por tremulinas , às correntes
Quebrante de pirata escravo
Garrafas de vinho,( do meu sangue) quebradas
Cavalos-marinhos.

Naufraga arte!
Um papiro n`areia
Quase um bilhete a te dizer: te amo
Tímido e incauto
Na aurora d`outros vintes anos teus.

K.Kampus

Parabéns Alzira!



Alzira:

Um ser humano fantástico, meigo e belo.

Amada por todos os seus amigos.

Saudades de sua doce presença.

Segue a "Aflição", de 1982, do tempo em que éramos plenos de amor fraterno.

Beijo grande...



K. Kampus



S.Luis,16/10/2008

Prof.Dr.Antonio Rafael da Silva_Cidadão de São Luis



É claro que não podemos nos vangloriar cegamente de reconhecimento de políticos, mas no caso em questão, temos que parabenizar a Câmara de Vereadores de São Luis, pela mais que justa homenagem a esse incansável cidadão, a quem todos deveriam se espelhar na construção de uma sociedade mais justa e humanitária. Estou à vontade para dar aval a esse reconhecimento, pois acompanho sua trajetória há tempos.
Antonio Rafael, nosso eterno professor, é magnânimo; um homem de ciência, trabalhador, amigo. É simples, é gigante...é cidadão da nossa cidade! Que as forças divinas conservem sua nobreza ,virtude rara nesses tempos. Transcrevo abaixo o que escrevemos tempos atrás quando da defesa de sua tese de doutorado em Malária ( doença que fragela milhões , mas que não aparece como grave problema de saúde na mídia, pois acomete pobres em sua maioria, não dando lucro pra indústria ):
Em meio à crise em que estamos expostos, de caráter econômico-social, outras se tornam cúmplices da situação, como a crise ética-moral, que algemam a resistência, fazem criar a inércia, desmobilizam a resistência, promovem a desesperança, e levam a um estado coletivo de salve-se quem puder!
A inquietude, essa força que nos move, às vezes ingênua, parece frágil, e necessita muitas vezes de eco, de alimento, de elos que possam vislumbrar uma corrente de transformação.
Assim nesta semana , quando me permiti atrasar o atendimento a meus clientes para prestigiar um amigo, que defendia uma tese para Professor Titular em Doenças Infecciosas pela UFMA, renovei princípios e saí de uma sala com o coração leve, vibrante. Assisti não só uma aula sobre malária ,testemunhamos uma análise filosófica, profunda, da civilização humana. A tese era o documento vivo de quem está realmente ao lado da população, de quem soube se doar por tanto tempo aos outros, quem leva a palavra pesquisa a algo mais elevado que simplesmente drogas e cobaias, de quem sabe dividir conhecimentos, de quem sabe experimentar e reverter sua experiência para o benefício de tantos, de quem forma e não te cobra retorno, de quem participou sempre das discussões técnicas, mas que jamais abandonou o seu dedo em riste, para denunciar o descaso, os modelos político-econômicos predadores que há tempos permeiam a história brasileira.
Sem mais, parabéns meu professor!
Esse registro na história lhe é merecido.

Wesley Campos.
PS: A foto é de 1988, no Posto de Saúde de Inhaúma , no Município da Raposa, onde era aluno e participante de seu trabalho comunitário.(No alto, da esq. pra dir: Claudia, Charles, Elismar// Abaixo: Ronaldo, Guizela, Wesley, D.Maria, Dr.Antonio Rafael)


sábado, 11 de outubro de 2008

Requiem ao Poeta Russo


Assim como eu muitos sabem onde estavam nesse dia.

Era um dia nublado em outubro, caía uma chuva fina como hoje;tinha saído cedo de casa para ir ao Hospital, passar visita.Ainda um pouco sonolento, pois tinha durmido tarde, após o aniversario de Helen ( minha irmã). Liguei o rádio, estava tocando uma música da Legião, e logo após passar o viaduto da Casa do Trabalhador, o choque_ o anúncio da morte do Renato Russo; peguei o celular e liguei pros meus irmaos e pra minha esposa. Depois, passei a tarde ouvindo as músicas, velando Renato, numa tristeza de fã. Desabafei na minha maneira, com minhas palavras_(Requiem ao Poeta Russo).

Viva Legião! Renato Russo vive!

é a prova que a existência é muito maior que se imagina."os bons morrem cedo


"Réquiem ao Poeta Russo".
Quem me dera ao menos uma vez
Ter visto teu canto
Tua dança, tuas piruetas
E tu vais repentino, cedo
Como teus versos quebrados
No limite extremo dum trocadilho

Ainda sinto o gosto amargo
A ressaca da tua morte
Esse veneno que nos tragou lento
Levou-te jovem

Escuto as canções
Sopram ventos do litoral
Precisamos nos cuidar
E quem mais dirá
O que se queria dizer
Sem a pretensão de querer aprovar
Quem falará dos casos simples da vida?

Parece vício louco
Mas é só tristeza
E meu filho (Que no fim terá nome de santo)
Ouvirá a Legião
Parece que chegará dias, noites
Tantas vezes ferozes
Dotadas de um mal
Que tentamos curas
Estamos reticentes, distraídos
Ainda é cedo, tu ires
Mas porque há tempos
Que os jovens adoecem?

Meu violão
Uns acordes desafinados
Agora num quebranto de dor
Vibram notas vazias
A poesia, a musica
Vagam pelos litorais
A ira dos deuses do silencio

Mudaram as estações
E como falar dessa saudade
De quem não vi?
É sina de românticos
Tu viajas sobre flores, lírios
Girassóis, hortênsias
Não estás só!


KKampus


sexta-feira, 3 de outubro de 2008

Pelas Horas Findas dos Teus Trinta Anos.


Pelas Horas Findas dos Teus Trinta Anos.

Durma a última meia hora dos teus trinta anos

Para que tu sonhes com a felicidade que se busca,

Essa quimera insana e fugidia,

E que amanha será saudade deste efêmero

Que perdemos na ânsia do inatiningível_

Venda dos olhos, pálidos.

A clarividência se queima na palha da razão

E os trens ainda dormitam doidos

Brindo o ultimo gole

Com um verso de quase durmo

O amor que escuto longe

Na concha daquele vento abriga

Parte poesia navegante!

Por oceanos que se fez na mágoa ,

De um instante ao me deixar sozinho.

E vagueia por tremulinas , às correntes

Quebrante de pirata escravo

Quebradas garrafas do vinho, do meu sangue

Cavalos-marinhos.

Naufraga arte!

Um papiro n`areia

Quase um bilhete a te dizer: te amo

Tímido e incauto

Na aurora d`outros vintes anos teus.

K.Kampus

Todo Gênio reconhecido pelo mundo (por Mauro Almeida)

Em 01/10/2008 de Mauro para Walland.
Aehh Walland,

Que esta terra bonita continue assim. Estava agora olhando a viagem
de novo no google earth. Obrigado de novo pela recepção e tirar um dia de
folga para ser nosso guia. Carolina é um destino para várias viagens. Agora
estou olhando outro destino na TAM viagens: Antártida. Um dia vou...

Estou filosofando agora, cara: Todo gênio reconhecido pelo mundo, com
algumas exceções, tem algo de fora do padrão. Não poderia se diferenciar
dos demais se assim não fosse. Qualquer pessoa que estiver dentro do quadro
previsível de comportamento está no modelo mental da multidão.

Talvez os que despontam como diferentes da maioria apenas não
conseguiram se enquadrar. Seu modelo mental não consegue funcionar tal como
esperado ou cobrado. Alguns apenas se mantém na multidão, escondidos
tentando imitar os demais. Outros sofrem tanto com isso que assumem sua
aparente esquisitice, sua incansável curiosidade, seu dom para fazer algo
muito específico de forma extraordinariamente diferente. Veja a alegada
mediocridade de Einstein com matemática na infância e suas teorias
absolutamente matemáticas quando adulto.

Aos que demonstram isso nas artes, creio que a emoção intensa é o
grande combustível. Quem já se apaixonou quando garoto sabe quanta força
uma paixão tem para nos dar coragem para enfrentar dificuldades e ao mesmo
tempo sofrer muito, sem conseguir parar. Um ciclo de momentos de gostar e
ter raiva da mesma garota. Imagine se vivermos a vida toda assim. Acho que
os artistas tem esta sensação cíclica como combustível. Permanentemente
apaixonados, sofrem tanto que fogem da vida. Mas só os que se emocionam
muito podem comunicar isso por suas obras, para que outros sintam também.

Abração,
Mauro.